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A Peste Escarlate
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A Peste Escarlate
Jack London-A peste escarlate
Outubro 9, 2008 por Roberto Mendes no Correio do Fantástico
Filho de uma família pobre e problemática (o pai saiu de casa quando soube que a esposa estava grávida) Jack London(Pseudónimo de John Griffith Chaney (São Francisco, 12 de Janeiro de 1876 – 22 de Novembro de 1916) teve uma infância terrivelmente difícil em Oakland, do outro lado da baía de San Francisco. Abandonou a escola aos 14 anos e experimentou vários empregos precários como por exemplo vendedor de jornais. Na adolescência trabalhou como empregado numa fábrica de tecelagem.. Depois de tempos conturbados em que o dinheiro escasseava surgiu um conto sobre um tufão na costa do Japão, premiado com 25 dólares pelo San Francisco Morning Call. Este conto surgiu como uma brisa fresca numa quente tarde de Verão, contudo não foi suficiente para apagar a terrível experiência de vida que tivera até ali. Em 1894, depois da tecelagem e do trabalho igualmente mal pago numa usina eléctrica, Jack sentiu que era tempo de arriscar. Conheceu alguns elementos de um gang com quem aprendeu a saltar para comboios de carga em andamento, . As viagens de comboio conduziram Jack às exuberantes cataratas do Niágara. Em julho de 1894, enquanto visitava as quedas de água,foi preso e enviado para a Penitenciária de Erie County, em Buffalo, Nova Iorque. Viveu um mês na prisão. Inimigo ferrenho do capitalismo, Jack London odiava a ganância que impulsionava o desenvolvimento da América. A sua infância sacrificada, a adolescência rebelde e a experiência na prisão deram-lhe profundas convicções socialistas. Viveu no Klondike, Canadá, no ano de 1897, durante a Corrida do Ouro. Após isso, tornou-se escritor. O seu primeiro livro, The son of the wolf(1900), descreve a luta de um homem num meio hostil, e conheceu grande sucesso desde o seu lançamento. Os seus romances manifestavam quase sempre o conflito entre o acentuado individualismo do autor e os seus anseios por reformas sociais. Navegou durante anos por terras distantes. Essas experiências de viagem, mais tarde, serviram de inspiração para contos e romances que o tornaram famoso, com seu estilo típico de relatar os aspectos brutais e vigorosos da vida. Operário, clandestino, revolucionário marxista, dono de uma mal-sucedida fábrica de refrigerantes, correspondente de guerra, marinheiro, “caçador” de ouro, escritor best-seller… London carregava consigo a imagem de um homem de acção. Diferente de seus precedentes, como Hemingway e F. Scott Fitzgerald, preferia os perigos da natureza, no alto-mar ou nas selvas tropicais.
E, como tudo em sua vida, a morte de London é cercada de mistérios. Embora descrita como suicídio, muitos acreditam que foi apenas um terrível acidente. Extremamente debilitado fisicamente desde os tempos de Klondike, London havia contraído uma uremia, que lhe causava dores insuportáveis. Como forma de alívio, London usava morfina e muitos acreditam que, acidentalmente, London tenha tomado uma dose maior do que estava acostumado. Jack London foi encontrado morto no dia 22 de novembro de 1916, com 40 anos. Há ainda quem acredite que London se suicidou, já que ele tratou do tema em vários escritos.Alcoólico assumido (escreveu um belo texto sobre sua dependência, John Barleycorn, usado até hoje pelos Alcoólicos Anónimos como modelo) e mulherengo, Jack London foi um dos mais espectaculares romancistas e novelista de todos os tempos e colocado ao lado do poeta Walt Withman por sua luta contra o capitalismo, a paixão pelo socialismo e pelas causas sociais. É dono de uma extensa obra, largamente adaptada para o cinema e teatro.
O corpo de Jack London foi cremado e hoje suas cinzas repousam ao lado de sua esposa Charmian, no Jack London State Historic Park, em Glen Ellen, Califórnia. Consta que deixou uma biblioteca particular monstruosa, com aproximadamente 15 mil títulos.
Não sendo um puro escritor dedicado ao fantástico escreveu uma short-story fenomenal que se insere nas temáticas da ficção cientifica: “A Peste Escarlate” (alguns críticos afirmam que Jack London foi o criador da “ficção científica de catástrofe”, contudo não consigo perceber bem que género será este;), É devido a esta short-storie que vos trago aqui hoje este post;
A obra assenta numa premissa simples : um vírus quase erradica toda a população da terra levando a que os homens voltem ao seu estado primitivo pois toda a tecnologia se perdeu. é como que um regresso ao passado;
A acção decorre em 2072 e reporta-se a uma epidemia apocalíptica que toma lugar em 2013. Um velho sobrevivente relata os factos aos seus netos, que vivem na floresta, em estado selvagem;
É uma das short-stories mais geniais que já li;
Aqui fica um excerto desta magnífica obra:
- Com a vinda da pólvora, recomeçará a mesma história – disse o velho, falando de si para si. – Os homens multiplicar-se-ão e bater-se-ão depois. Nada o poderá impedir. Descoberta a pólvora, será aos milhares e em seguida aos milhões que se matarão uns aos outros. Qual pode ser a vantagem? E assim, pelo fogo e pelo sangue, uma nova civilização se formará para um dia desaparecer também como a antiga. Talvez sejam precisos, para atingir o seu apogeu, vinte mil, quarenta mil, cinquenta mil anos. Só ficará a força e a matéria cósmica, sempre actuantes, sempre antagonistas. Os três tipos eternos do domínio, o padre, o soldado, o rei, reaparecerão por si mesmos. A sabedoria dos tempos passados, que será a dos tempos vindouros, saiu da boca destes garotos: uns combaterão, outros governarão, e ainda alguns hão-de rezar. As massas sofrerão, labutando como antigamente. E, sobre uma quantidade enorme de carcaças sangrentas, crescerá sempre a extraordinária beleza da civilização. Ainda que eu destruísse todos os livros da gruta, o resultado seria igual. A história do mundo não deixaria por isso de retomar o seu curso eterno! As verdades antigas serão descobertas, as velhas mentiras, sempre tão pertinazes, aviltarão os mortais. Que vantagem…
Outubro 9, 2008 por Roberto Mendes no Correio do Fantástico
Filho de uma família pobre e problemática (o pai saiu de casa quando soube que a esposa estava grávida) Jack London(Pseudónimo de John Griffith Chaney (São Francisco, 12 de Janeiro de 1876 – 22 de Novembro de 1916) teve uma infância terrivelmente difícil em Oakland, do outro lado da baía de San Francisco. Abandonou a escola aos 14 anos e experimentou vários empregos precários como por exemplo vendedor de jornais. Na adolescência trabalhou como empregado numa fábrica de tecelagem.. Depois de tempos conturbados em que o dinheiro escasseava surgiu um conto sobre um tufão na costa do Japão, premiado com 25 dólares pelo San Francisco Morning Call. Este conto surgiu como uma brisa fresca numa quente tarde de Verão, contudo não foi suficiente para apagar a terrível experiência de vida que tivera até ali. Em 1894, depois da tecelagem e do trabalho igualmente mal pago numa usina eléctrica, Jack sentiu que era tempo de arriscar. Conheceu alguns elementos de um gang com quem aprendeu a saltar para comboios de carga em andamento, . As viagens de comboio conduziram Jack às exuberantes cataratas do Niágara. Em julho de 1894, enquanto visitava as quedas de água,foi preso e enviado para a Penitenciária de Erie County, em Buffalo, Nova Iorque. Viveu um mês na prisão. Inimigo ferrenho do capitalismo, Jack London odiava a ganância que impulsionava o desenvolvimento da América. A sua infância sacrificada, a adolescência rebelde e a experiência na prisão deram-lhe profundas convicções socialistas. Viveu no Klondike, Canadá, no ano de 1897, durante a Corrida do Ouro. Após isso, tornou-se escritor. O seu primeiro livro, The son of the wolf(1900), descreve a luta de um homem num meio hostil, e conheceu grande sucesso desde o seu lançamento. Os seus romances manifestavam quase sempre o conflito entre o acentuado individualismo do autor e os seus anseios por reformas sociais. Navegou durante anos por terras distantes. Essas experiências de viagem, mais tarde, serviram de inspiração para contos e romances que o tornaram famoso, com seu estilo típico de relatar os aspectos brutais e vigorosos da vida. Operário, clandestino, revolucionário marxista, dono de uma mal-sucedida fábrica de refrigerantes, correspondente de guerra, marinheiro, “caçador” de ouro, escritor best-seller… London carregava consigo a imagem de um homem de acção. Diferente de seus precedentes, como Hemingway e F. Scott Fitzgerald, preferia os perigos da natureza, no alto-mar ou nas selvas tropicais.
E, como tudo em sua vida, a morte de London é cercada de mistérios. Embora descrita como suicídio, muitos acreditam que foi apenas um terrível acidente. Extremamente debilitado fisicamente desde os tempos de Klondike, London havia contraído uma uremia, que lhe causava dores insuportáveis. Como forma de alívio, London usava morfina e muitos acreditam que, acidentalmente, London tenha tomado uma dose maior do que estava acostumado. Jack London foi encontrado morto no dia 22 de novembro de 1916, com 40 anos. Há ainda quem acredite que London se suicidou, já que ele tratou do tema em vários escritos.Alcoólico assumido (escreveu um belo texto sobre sua dependência, John Barleycorn, usado até hoje pelos Alcoólicos Anónimos como modelo) e mulherengo, Jack London foi um dos mais espectaculares romancistas e novelista de todos os tempos e colocado ao lado do poeta Walt Withman por sua luta contra o capitalismo, a paixão pelo socialismo e pelas causas sociais. É dono de uma extensa obra, largamente adaptada para o cinema e teatro.
O corpo de Jack London foi cremado e hoje suas cinzas repousam ao lado de sua esposa Charmian, no Jack London State Historic Park, em Glen Ellen, Califórnia. Consta que deixou uma biblioteca particular monstruosa, com aproximadamente 15 mil títulos.
Não sendo um puro escritor dedicado ao fantástico escreveu uma short-story fenomenal que se insere nas temáticas da ficção cientifica: “A Peste Escarlate” (alguns críticos afirmam que Jack London foi o criador da “ficção científica de catástrofe”, contudo não consigo perceber bem que género será este;), É devido a esta short-storie que vos trago aqui hoje este post;
A obra assenta numa premissa simples : um vírus quase erradica toda a população da terra levando a que os homens voltem ao seu estado primitivo pois toda a tecnologia se perdeu. é como que um regresso ao passado;
A acção decorre em 2072 e reporta-se a uma epidemia apocalíptica que toma lugar em 2013. Um velho sobrevivente relata os factos aos seus netos, que vivem na floresta, em estado selvagem;
É uma das short-stories mais geniais que já li;
Aqui fica um excerto desta magnífica obra:
- Com a vinda da pólvora, recomeçará a mesma história – disse o velho, falando de si para si. – Os homens multiplicar-se-ão e bater-se-ão depois. Nada o poderá impedir. Descoberta a pólvora, será aos milhares e em seguida aos milhões que se matarão uns aos outros. Qual pode ser a vantagem? E assim, pelo fogo e pelo sangue, uma nova civilização se formará para um dia desaparecer também como a antiga. Talvez sejam precisos, para atingir o seu apogeu, vinte mil, quarenta mil, cinquenta mil anos. Só ficará a força e a matéria cósmica, sempre actuantes, sempre antagonistas. Os três tipos eternos do domínio, o padre, o soldado, o rei, reaparecerão por si mesmos. A sabedoria dos tempos passados, que será a dos tempos vindouros, saiu da boca destes garotos: uns combaterão, outros governarão, e ainda alguns hão-de rezar. As massas sofrerão, labutando como antigamente. E, sobre uma quantidade enorme de carcaças sangrentas, crescerá sempre a extraordinária beleza da civilização. Ainda que eu destruísse todos os livros da gruta, o resultado seria igual. A história do mundo não deixaria por isso de retomar o seu curso eterno! As verdades antigas serão descobertas, as velhas mentiras, sempre tão pertinazes, aviltarão os mortais. Que vantagem…
Roberto Mendes- Redactor
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Re: A Peste Escarlate
É pá...
Jack London....
Um dos meus escritores favoritos de sempre
O primeiro livro que li dele, foi 'O apelo da selva'
Ficará para sempre gravado na minha memória
Agora que ele tinha escrito um livro (ou short story, como referes), isso é novidade para mim.
Obrigado pela dica.
Vou ver se encontro essa coisa nalgum lado.
Jack London....
Um dos meus escritores favoritos de sempre
O primeiro livro que li dele, foi 'O apelo da selva'
Ficará para sempre gravado na minha memória
Agora que ele tinha escrito um livro (ou short story, como referes), isso é novidade para mim.
Obrigado pela dica.
Vou ver se encontro essa coisa nalgum lado.
pco69- Mensagens : 28
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