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CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
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CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
O termo “fantástico”,
presente no título deste tópico, é oriundo do latim phantasticus
(-a,-um), que, por sua vez, provém do grego φανταστικός (phantastikós)
- ambas as palavras provenientes de "fantasia". Refere-se ao que é
criado pela imaginação, o que não existe na realidade.
É aplicável a
algo como a literatura, pois o universo da literatura, por mais
que se tente aproximá-la do real, está limitado ao fantasioso e ao
ficcional. Todo o texto fantástico tem elementos inverossímeis,
imaginários, distantes da realidade dos homens. Há, como defende
Jorge Luis Borges, uma causalidade de carácter mágico a ligar os
acontecimentos ao decorrer de uma narrativa desse tipo.
ESTUDOS
A literatura fantástica tornou-se, especialmente nas últimas décadas
do século XX, um importante tópico da literatura contemporânea,
sendo alvo de diversas análises literárias, nas quais se inclui a do
livro de Selma Calasans Rodrigues, doutora em Letras e professora da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na obra, Selma Rodrigues
tenta introduzir o tema de uma maneira didáctica e sintetizada,
devido às poucas páginas do livro (80 págs.) e ao carácter da série à
qual pertence, que é destinada principalmente ao público
universitário que pretende ter uma visão geral sobre o tema. A
autora, logo no capítulo inicial, apoia-se em textos de dois autores
consagrados da literatura fantástica, E. T. A. Hoffman,Laura
Esquível e Gabriel García Márquez, para conceituar e explicitar as
semelhanças e as diferenças dos textos que, apesar de ambos
pertencerem à literatura fantástica, apresentam características
peculiares que os enquadram em diferentes concepções do género. No
segundo capítulo, Selma procura, ao longo da História, as relações
entre literatura e realidade, apoiando-se desta vez em análises do
escritor argentino Jorge Luis Borges e de Arvède Barine. Há também a
seguinte distinção do género fantástico:
Fantástico lato sensu: refere-se a textos que fogem ao realismo
estrito, tomando como referência o Realismo do século do século XIX.
A partir desse ponto de vista, toma-se o Fantástico no seu sentido
amplo, sendo assim possível afirmar que esta é a mais antiga forma
de narrativa.
Fantástico stricto sensu: por se elaborar a partir da rejeição do
pensamento teológico medieval e toda a metafísica, essa literatura
teve as suas origens no século XVIII, com o Iluminismo. Segundo
Bessière, o fantástico nasce daquilo que não pode ser explicado
através da racionalidade e do pensamento crítico, como o complexo
processo de formação dos indivíduos.
Já no terceiro capítulo, a autora passa a conceituar as diversas
nomenclaturas utilizadas quando se refere à literatura fantástica,
como o realismo mágico, o maravilhoso e o alegórico, que são
posteriormente, no capítulo seguinte, utilizadas como apoio para
comparar-se o Fantástico produzido na Europa com o Fantástico da
“Hispano-América e Brasil”. De acordo com a autora, na literatura
fantástica européia, ao contrário da produzida na América Latina, há
uma preocupação em preservar o real quando algo sobrenatural ocorre,
mesmo que a explicação apareça apenas no desfecho da obra. Visa-se,
desta maneira, não se perder a verossimilhança, nem mesmo
contestá-la. Já na literatura fantástica da América Latina, não há
essa preocupação. Assim o verossímil funde-se com o inverossímil, o
real com o sonho, como ocorre no caso da obra de Gabriel García
Márquez, citada no início do livro, “Cem Anos de Solidão”. e muitas
outras coisas.
Fonte:Wikipédia Correcção:CPLF
presente no título deste tópico, é oriundo do latim phantasticus
(-a,-um), que, por sua vez, provém do grego φανταστικός (phantastikós)
- ambas as palavras provenientes de "fantasia". Refere-se ao que é
criado pela imaginação, o que não existe na realidade.
É aplicável a
algo como a literatura, pois o universo da literatura, por mais
que se tente aproximá-la do real, está limitado ao fantasioso e ao
ficcional. Todo o texto fantástico tem elementos inverossímeis,
imaginários, distantes da realidade dos homens. Há, como defende
Jorge Luis Borges, uma causalidade de carácter mágico a ligar os
acontecimentos ao decorrer de uma narrativa desse tipo.
ESTUDOS
A literatura fantástica tornou-se, especialmente nas últimas décadas
do século XX, um importante tópico da literatura contemporânea,
sendo alvo de diversas análises literárias, nas quais se inclui a do
livro de Selma Calasans Rodrigues, doutora em Letras e professora da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na obra, Selma Rodrigues
tenta introduzir o tema de uma maneira didáctica e sintetizada,
devido às poucas páginas do livro (80 págs.) e ao carácter da série à
qual pertence, que é destinada principalmente ao público
universitário que pretende ter uma visão geral sobre o tema. A
autora, logo no capítulo inicial, apoia-se em textos de dois autores
consagrados da literatura fantástica, E. T. A. Hoffman,Laura
Esquível e Gabriel García Márquez, para conceituar e explicitar as
semelhanças e as diferenças dos textos que, apesar de ambos
pertencerem à literatura fantástica, apresentam características
peculiares que os enquadram em diferentes concepções do género. No
segundo capítulo, Selma procura, ao longo da História, as relações
entre literatura e realidade, apoiando-se desta vez em análises do
escritor argentino Jorge Luis Borges e de Arvède Barine. Há também a
seguinte distinção do género fantástico:
Fantástico lato sensu: refere-se a textos que fogem ao realismo
estrito, tomando como referência o Realismo do século do século XIX.
A partir desse ponto de vista, toma-se o Fantástico no seu sentido
amplo, sendo assim possível afirmar que esta é a mais antiga forma
de narrativa.
Fantástico stricto sensu: por se elaborar a partir da rejeição do
pensamento teológico medieval e toda a metafísica, essa literatura
teve as suas origens no século XVIII, com o Iluminismo. Segundo
Bessière, o fantástico nasce daquilo que não pode ser explicado
através da racionalidade e do pensamento crítico, como o complexo
processo de formação dos indivíduos.
Já no terceiro capítulo, a autora passa a conceituar as diversas
nomenclaturas utilizadas quando se refere à literatura fantástica,
como o realismo mágico, o maravilhoso e o alegórico, que são
posteriormente, no capítulo seguinte, utilizadas como apoio para
comparar-se o Fantástico produzido na Europa com o Fantástico da
“Hispano-América e Brasil”. De acordo com a autora, na literatura
fantástica européia, ao contrário da produzida na América Latina, há
uma preocupação em preservar o real quando algo sobrenatural ocorre,
mesmo que a explicação apareça apenas no desfecho da obra. Visa-se,
desta maneira, não se perder a verossimilhança, nem mesmo
contestá-la. Já na literatura fantástica da América Latina, não há
essa preocupação. Assim o verossímil funde-se com o inverossímil, o
real com o sonho, como ocorre no caso da obra de Gabriel García
Márquez, citada no início do livro, “Cem Anos de Solidão”. e muitas
outras coisas.
Fonte:Wikipédia Correcção:CPLF
Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Aquilo que eu tomo por literatura fantástica é (como Tzvetan Todorov conclui no livro “Introdução à Literatura Fantástica”) o que extrapola a nossa realidade regida por leis; Para Todorov, um evento fantástico só ocorre quando existe dúvida sobre a sua veracidade, quando é legitimo duvidar se um determinado evento é real, explicado pela lógica, ou sobrenatural, ou seja, regido por leis que desconhecemos. “Há um fenómeno estranho que se pode explicar de duas maneiras, por meio das causas de tipo natural ou de tipo sobrenatural. A possibilidade de se hesitar entre os dois cria o efeito fantástico.”
E é isso mesmo que para mim se insere na literatura fantástica : histórias (que não podem ser tomadas pelo autor ou leitor como alegorias, sob pena de perderem o seu condor de fantasia) que subjugam as leis deste nosso mundo que se nos apresenta como limitado, que evoluem através de um tempo e espaço incaracterístico, onde pode ou não figurar a magia( o chamado realismo mágico), podem ou não figurar criaturas lendárias e outras personagens provenientes da mitologia… Não acredito que seja necessária a presença de magia, a presença de inspirações em universos criados por mestres como Tolkien ou Gabriel Garcia Marquez, nada disso… acredito que a literatura fantástica é bastante abrangente e que engloba tanto histórias como o Senhor do Anéis e mesmo obras como a metamorfose de Kafka ( e porque não seria assim?)! E logo por aqui se nota a abrangência que tem este género…quando duas obras que à partida se encontram em vértices opostos se tocam! A minha mais sincera opinião é que esta é a verdadeira razão de ser da denominação “fantástico”. O livro Goor do meu colega Pedro Ventura é, talvez, considerado como pouco mágico por críticos “encartados”…pois bem, permitam-me discordar pois é uma obra com uma magia avassaladora, apenas um pouco diferente do habitual…mas quem disse que a originalidade é pecado? Por isso, na esteira de Todorov, o “fantástico é o género do maravilhoso” e o maravilhoso é magicamente belo!
Roberto Mendes
E é isso mesmo que para mim se insere na literatura fantástica : histórias (que não podem ser tomadas pelo autor ou leitor como alegorias, sob pena de perderem o seu condor de fantasia) que subjugam as leis deste nosso mundo que se nos apresenta como limitado, que evoluem através de um tempo e espaço incaracterístico, onde pode ou não figurar a magia( o chamado realismo mágico), podem ou não figurar criaturas lendárias e outras personagens provenientes da mitologia… Não acredito que seja necessária a presença de magia, a presença de inspirações em universos criados por mestres como Tolkien ou Gabriel Garcia Marquez, nada disso… acredito que a literatura fantástica é bastante abrangente e que engloba tanto histórias como o Senhor do Anéis e mesmo obras como a metamorfose de Kafka ( e porque não seria assim?)! E logo por aqui se nota a abrangência que tem este género…quando duas obras que à partida se encontram em vértices opostos se tocam! A minha mais sincera opinião é que esta é a verdadeira razão de ser da denominação “fantástico”. O livro Goor do meu colega Pedro Ventura é, talvez, considerado como pouco mágico por críticos “encartados”…pois bem, permitam-me discordar pois é uma obra com uma magia avassaladora, apenas um pouco diferente do habitual…mas quem disse que a originalidade é pecado? Por isso, na esteira de Todorov, o “fantástico é o género do maravilhoso” e o maravilhoso é magicamente belo!
Roberto Mendes
Roberto Mendes- Redactor
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Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Sim, se formos a avaliar o "fantástico" tendo como base essa lógica será o mais correcto, no entanto muita gente julga o contrario, chegando mesmo a desdenhar este tipo de literatura afirmando a pés juntos que se trata apenas de algo para entreter criancinhas, (opinião essa que acho ridículo, uma vez que grande parte de Portugal já leu Harry Potter).
Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Isso é verdade. E mais, a colecção Argonauta vendeu muito em Portugal, e, mais recentemente, a saída de emergência tem estado bastante activa no mercado nacional, têm conseguido boas vendas e a sua revista Bang!, apesar de ter conhecido um retrocesso no que ao "papel" diz respeito, tem sido alvo de muitos downloads, parece que dezasseis mil no número quatro! Então "alguém" lê fantástico em Portugal. Já quanto a esta aparente ausência de leitores escrevi no sfsignal um pequeno texto de comentário sobre o típico leitor que se esconde (não é o caso desta comunidade, o que é de saudar) e que dizia o seguinte "because “nobody” reads science fiction or fantasy: as I write I can hear them (the potential readers) saying ” common, this crap is for kids” while they are holding a new copy of a fantasy or of a sf writer in some book store. Then the guy (the big guy who does not read this crap) returns to the book store, on the following day, in the first lights of the morning, and while nobody watches him (looking from one side to another, his face compelled with fear) he purchase a copy of the “crap book” and runs home, with the book under his shirt. When he arrives home e looks himself out in the bedroom and reads the book: he smiles, he crys, he fall’s in love with the prime character, he hates the guys who are trying to destroy the universe with a spaceship carrying awesome bombs, he yell “look out, he is behind you”, he wonders why the Veens have disappeared, he wonders if the Yops will win, then he discovers that the Earth is still alive, the Humans are still powerful, they had been waiting, “What will they do when the Youps goes extinct?”, the book is closed, he has meet new worlds and this tale, written by Alan Dean Foster, he will never forget! He hides the book in a secret space: he is still the great guy from the day before and he swears to the world he as never landed his eyes on a SF book."
Roberto Mendes- Redactor
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Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Roberto Mendes escreveu:"Then the guy (the big guy who does not read this crap) returns to the book store, on the following day, in the first lights of the morning, and while nobody watches him (looking from one side to another, his face compelled with fear) he purchase a copy of the “crap book” and runs home, with the book under his shirt."
Basicamente irrisório, no entanto é a pura da realidade !
Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Roberto Mendes escreveu:...because “nobody” reads science fiction or fantasy: as I write I can hear them (the potential readers) saying ” common, this crap is for kids” while they are holding a new copy of a fantasy or of a sf writer in some book store.
As pessoas são infelizmente muito hipócritas. Em primeiro, se ainda não leream não podem julgar para que tipo de público é na verdade o livro. Mas criticarem outros fazendo a mesma acção, acho simplesmente falta de carácter. Qualquer tipo de leitura deve ser elogiada e não denegrida, isso só acontece quando não se valoriza a educação.
E qual é a vergonha de se viver uma história? Não é para isso que elas são escritas, para nos emocionar? Quando leio um livro que não me causa nenhuma emoção fico logo desconfiada...Roberto Mendes escreveu:When he arrives home e looks himself out in the bedroom and reads the book: he smiles, he crys, he fall’s in love with the prime character, he hates the guys who are trying to destroy the universe with a spaceship carrying awesome bombs, he yell “look out, he is behind you”, he wonders why the Veens have disappeared, he wonders if the Yops will win, then he discovers that the Earth is still alive, the Humans are still powerful, they had been waiting, “What will they do when the Youps goes extinct?”...
fabia- Mensagens : 14
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Re: CONHEÇA A LITERATURA FANTÁSTICA
Verdade. E não é só na literatura, como em tudo o resto. Há criticos de música que não ouvem cds, jornalistas de videojogos que fazem análises sem os jogar... É sempre tudo assim, por necessidade ou comodidade.fabia escreveu:As pessoas são infelizmente muito hipócritas.
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