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Cronicas de Antherion
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Cronicas de Antherion
Há coisa de uns dias estava eu sem nada para fazer quando me veio uma pequena ideia à cabeça e começei a escrever.
O que dali saiu é ainda um esboço de um esboço portanto está muito simples e sem grandes coisas. Ainda só ocupa uma página! A ideia também não é das mais originais que ja tive mas vai ser desenvolvida.
Ora aqui está:
I
Era o por-do-sol. Uma figura encapuzada caminhava naquele chão embebido em sangue. O chão encontrava-se cheio de corpos mortos ainda quentes. Em todos eles havia expressões de horror. Tinha sido uma chacina. Deveria ter sido diferente mas não foi.
A figura encapuzada cheirou o ar em volta.
Sangue.
Sofrimento.
Medo.
Terror.
Aquele cheiro embriagava-a e a figura saboreava com deleite. Mas tinha de se apressar. Tinha de voltar.
A figura encapuzada tinha sido uma mera espectadora e agora era altura de levar as noticias onde eram necessárias e rápido.
Caminhou alguns metros até o seu cavalo e, com as sombras do anoitecer, partiu.
…
Jhoan estava preocupado. Havia um sentimento de incerteza a pairar no ar e todos o sentiam. Isso não lhe agradava e esperava que noticias do seu mensageiro chegassem rapidamente.
“Tudo isto por causa de dois reis tolos”- pensou irritado.
A guerra não era deles mas encontravam-se no meio e o perigo era eminente.
Manteve-se encostado à parede, a olhar para o pátio exterior do castelo através da janela. Tudo estava em silêncio. Lá em baixo apenas alguns homens armados passavam quando era altura dos seus turnos de vigia.
“Isto não pode continuar assim”-disse para si mesmo.
Desde sempre foram eles os caçadores que se atiravam à presa protegidos pela sombra. Poucos tinham ficado a conhecer os Assassinos e tinham sobrevivido. Até que com o inicio da guerra entre dois dos principais reinos rumores surgiram. Os Assassinos estavam em perigo como nunca haviam estado antes.
Alguns postos espalhadas pelos vários reinos tinham sido descobertas e destruídas. Pelos relatos dos sobreviventes que conseguiram voltar, informadores tinham sido torturados até que estes revelassem onde se encontravam os “reles assassinos”.
Depois de descobertas foram atacadas. Alguns assassinos morreram. E isso não agradava a Jhoan.
Dizia-se ser culpa de Jhoan. Alguns diziam que ele era o que de mau havia na Ordem. Falava-se de substitui-lo.
“Víboras nogentas”- cuspiu Jhoan com desprezo.
No pátio o portão abriu-se e por ele entrou um cavalo a toda a velocidade com o cavaleiro a incitá-lo.
“Finalmente!”- disse Jhoan. Virou as costas à janela e saiu da sala apressado.
Digam de vossa justiça e sejam 100% sinceros porque as criticas negativas servem para que possamos evoluir:)
O que dali saiu é ainda um esboço de um esboço portanto está muito simples e sem grandes coisas. Ainda só ocupa uma página! A ideia também não é das mais originais que ja tive mas vai ser desenvolvida.
Ora aqui está:
I
Era o por-do-sol. Uma figura encapuzada caminhava naquele chão embebido em sangue. O chão encontrava-se cheio de corpos mortos ainda quentes. Em todos eles havia expressões de horror. Tinha sido uma chacina. Deveria ter sido diferente mas não foi.
A figura encapuzada cheirou o ar em volta.
Sangue.
Sofrimento.
Medo.
Terror.
Aquele cheiro embriagava-a e a figura saboreava com deleite. Mas tinha de se apressar. Tinha de voltar.
A figura encapuzada tinha sido uma mera espectadora e agora era altura de levar as noticias onde eram necessárias e rápido.
Caminhou alguns metros até o seu cavalo e, com as sombras do anoitecer, partiu.
…
Jhoan estava preocupado. Havia um sentimento de incerteza a pairar no ar e todos o sentiam. Isso não lhe agradava e esperava que noticias do seu mensageiro chegassem rapidamente.
“Tudo isto por causa de dois reis tolos”- pensou irritado.
A guerra não era deles mas encontravam-se no meio e o perigo era eminente.
Manteve-se encostado à parede, a olhar para o pátio exterior do castelo através da janela. Tudo estava em silêncio. Lá em baixo apenas alguns homens armados passavam quando era altura dos seus turnos de vigia.
“Isto não pode continuar assim”-disse para si mesmo.
Desde sempre foram eles os caçadores que se atiravam à presa protegidos pela sombra. Poucos tinham ficado a conhecer os Assassinos e tinham sobrevivido. Até que com o inicio da guerra entre dois dos principais reinos rumores surgiram. Os Assassinos estavam em perigo como nunca haviam estado antes.
Alguns postos espalhadas pelos vários reinos tinham sido descobertas e destruídas. Pelos relatos dos sobreviventes que conseguiram voltar, informadores tinham sido torturados até que estes revelassem onde se encontravam os “reles assassinos”.
Depois de descobertas foram atacadas. Alguns assassinos morreram. E isso não agradava a Jhoan.
Dizia-se ser culpa de Jhoan. Alguns diziam que ele era o que de mau havia na Ordem. Falava-se de substitui-lo.
“Víboras nogentas”- cuspiu Jhoan com desprezo.
No pátio o portão abriu-se e por ele entrou um cavalo a toda a velocidade com o cavaleiro a incitá-lo.
“Finalmente!”- disse Jhoan. Virou as costas à janela e saiu da sala apressado.
Digam de vossa justiça e sejam 100% sinceros porque as criticas negativas servem para que possamos evoluir:)
Última edição por Pereira em Sex Jul 10, 2009 11:02 am, editado 2 vez(es)
Re: Cronicas de Antherion
Em primeiro lugar, críticas negativas é para botar abaixo e não levam a lado nenhum. O que queres dizer é críticas construtivas, o que é completamente diferente
Em segundo lugar, parece bom. Por acaso parece-me realmente bom. Tens aí um excelente início, agora tudo vai depender de como pegas nele. No campo do fantástico ser original hoje em dia é um pouco impossível, portanto a qualidade será o factor decisivo. Se construíres uma boa história, com um bom ritmo, ainda que o mundo e as personagens não sejam nada de especial, terás em mãos uma obra boa de ler. E sejamos honestos que por vezes vale mais isto que o inverso, porque por muito boas que sejam as personagens ou o mundo, uma história que não tenha bom ritmo de leitura, vai afastar imensos leitores.
Eu não sei que andas a magicar ou por onde pretendes pegar na história, mas pessoalmente eu não mudava aquele início por nada no mundo... lol
Em segundo lugar, parece bom. Por acaso parece-me realmente bom. Tens aí um excelente início, agora tudo vai depender de como pegas nele. No campo do fantástico ser original hoje em dia é um pouco impossível, portanto a qualidade será o factor decisivo. Se construíres uma boa história, com um bom ritmo, ainda que o mundo e as personagens não sejam nada de especial, terás em mãos uma obra boa de ler. E sejamos honestos que por vezes vale mais isto que o inverso, porque por muito boas que sejam as personagens ou o mundo, uma história que não tenha bom ritmo de leitura, vai afastar imensos leitores.
Eu não sei que andas a magicar ou por onde pretendes pegar na história, mas pessoalmente eu não mudava aquele início por nada no mundo... lol
Re: Cronicas de Antherion
é algo para ser escrito com calma, por diversão. Uma forma de evoluir.
E sim o que preciso é de criticas construtivas
E sim o que preciso é de criticas construtivas
Re: Cronicas de Antherion
Renato Lopes escreveu:Eu não sei que andas a magicar ou por onde pretendes pegar na história, mas pessoalmente eu não mudava aquele início por nada no mundo... lol
Por acaso aquilo começa mesmo bem
Yeiti- Redactor
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Re: Cronicas de Antherion
Yeiti escreveu:
Por acaso aquilo começa mesmo bem
Também gostei.
Está apelativo, o que é sempre um bom começo.
Re: Cronicas de Antherion
Novo capitulo:
O ambiente era pesado. O quarto estava abafado e cheirava intensamente a suor. Deitada numa cama estava uma mulher a dar à luz. Os gritos ribombavam pelo quarto e casa fora. A mulher era incitada pela parteira.
Esta mulher nunca tinha sentido tanta dor. Algada em suor, vermelha e com as veias proeminentes continuava a fazer força.
A criança estava quase a sair e era agora agarrada pela parteira.
“Só mais um pouco minha filha. Só mais um pouco.”-Disse esta.
Num derradeiro esforço o bebé ficou finalmente cá fora. O sangue misturava-se com o suor criando um cheiro nauseabundo.
“Jhon...Avisem Jhon”- disse a mulher num suspiro.
“Já enviamos um mensageiro ao castelo”-respondeu uma rapariga que se encontrava num canto do quarto- “Ele partiu a grande velocidade e já deve ter chegado”
Um choro silenciou-a. O cordão umbilical já tinha sido cortado e o bebé encontrava-se nos braços da parteira.
“Tem aqui um belo menino”-Disse com um sorriso
Mas a mulher não ouviu. A visão toldava-se-lhe. Não via nem ouvia. Tentou falar mas não consegiu.
Com um ultimo gemido, deixou de respirar.
…
Jhon cavalgava a toda a brida pelo campo. As árvores circundavam-no mas ele não reparava nelas. O cavaleiro não era o mensageiro que esperava mas sim um rapaz que lhe viera trazer a mensagem que havia tanto tempo esperava: O seu filho estava a nascer.
Jhon não via a mulher há várias semanas. Com a gravidez avançada decidiu enviá-la para uma casa no meio do campo, longe do forte, longe das preocupações, longe da incerteza constante. Nos últimos meses os Assassinos andavam às cegas na borda de um vulcão e ao menor erro lá cairiam. Jhon não queria a mulher nesse ambiente. Não queria que o seu filho, o seu primeiro filho, nascesse naquele ambiente.
O forte já não se via. Escondido por um ressesso nas montanhas aquele castelo era quase impenetrável pois tinha sido construído a partir da própria montanha. Para alem dele, apenas havia vida algumas léguas mais abaixo, numa pequena aldeia de gente pacata que nunca se aventurava a vaguear por aquelas montanhas.
Para além do filho outra questão lhe insurgia na mente: Que era feito do seu mensageiro? Esperava-o à algumas semanas impacientemente, sedento de noticias.
“Está a demorar tempo demais” – pensou amargamente
Em apenas alguns minutos estava já a percorrer o pequeno caminho de terra batida que levava à pequena casa de campo.
Esta surgiu-lhe no campo de visão segundos depois, bela, com a sua construção em madeira, janelas pequenas e as montanhas de Thandor como plano de fundo.
Junto à porta da entrada encontrava-se uma rapariga com ar triste e cabeça baixa à sua espera.
continuem a comentar
II
O ambiente era pesado. O quarto estava abafado e cheirava intensamente a suor. Deitada numa cama estava uma mulher a dar à luz. Os gritos ribombavam pelo quarto e casa fora. A mulher era incitada pela parteira.
Esta mulher nunca tinha sentido tanta dor. Algada em suor, vermelha e com as veias proeminentes continuava a fazer força.
A criança estava quase a sair e era agora agarrada pela parteira.
“Só mais um pouco minha filha. Só mais um pouco.”-Disse esta.
Num derradeiro esforço o bebé ficou finalmente cá fora. O sangue misturava-se com o suor criando um cheiro nauseabundo.
“Jhon...Avisem Jhon”- disse a mulher num suspiro.
“Já enviamos um mensageiro ao castelo”-respondeu uma rapariga que se encontrava num canto do quarto- “Ele partiu a grande velocidade e já deve ter chegado”
Um choro silenciou-a. O cordão umbilical já tinha sido cortado e o bebé encontrava-se nos braços da parteira.
“Tem aqui um belo menino”-Disse com um sorriso
Mas a mulher não ouviu. A visão toldava-se-lhe. Não via nem ouvia. Tentou falar mas não consegiu.
Com um ultimo gemido, deixou de respirar.
…
Jhon cavalgava a toda a brida pelo campo. As árvores circundavam-no mas ele não reparava nelas. O cavaleiro não era o mensageiro que esperava mas sim um rapaz que lhe viera trazer a mensagem que havia tanto tempo esperava: O seu filho estava a nascer.
Jhon não via a mulher há várias semanas. Com a gravidez avançada decidiu enviá-la para uma casa no meio do campo, longe do forte, longe das preocupações, longe da incerteza constante. Nos últimos meses os Assassinos andavam às cegas na borda de um vulcão e ao menor erro lá cairiam. Jhon não queria a mulher nesse ambiente. Não queria que o seu filho, o seu primeiro filho, nascesse naquele ambiente.
O forte já não se via. Escondido por um ressesso nas montanhas aquele castelo era quase impenetrável pois tinha sido construído a partir da própria montanha. Para alem dele, apenas havia vida algumas léguas mais abaixo, numa pequena aldeia de gente pacata que nunca se aventurava a vaguear por aquelas montanhas.
Para além do filho outra questão lhe insurgia na mente: Que era feito do seu mensageiro? Esperava-o à algumas semanas impacientemente, sedento de noticias.
“Está a demorar tempo demais” – pensou amargamente
Em apenas alguns minutos estava já a percorrer o pequeno caminho de terra batida que levava à pequena casa de campo.
Esta surgiu-lhe no campo de visão segundos depois, bela, com a sua construção em madeira, janelas pequenas e as montanhas de Thandor como plano de fundo.
Junto à porta da entrada encontrava-se uma rapariga com ar triste e cabeça baixa à sua espera.
continuem a comentar
Re: Cronicas de Antherion
Está giro sim senhor. Gosto bastante das tuas descrições, e o ritmo está adequado, também. Keep it up
Re: Cronicas de Antherion
Novo capitulo.. Pareceme que estou a escrever depressa demais mas que se lixe
Aqui está:
A figura encapuzada limpava o sangue da sua espada negra e retorcida na capa do mensageiro de Jhoan.
Era apenas mais um assassino morto. Muitos mais morreriam dentro de pouco tempo.
Duma coisa a figura encapuzada estava certa. A mensagem nunca seria entregue.
Levantou-se e olhou em volta. As montanhas de Thandor rodeavam-no. Aquela floresta cheia de vida enojava-o.
Levantou uma das mãos e fumo negro soltou-se elevando-se aos céus. Era o sinal.
O seu senhor entregou-lhe uma missão e essa seria concluída com o máximo de perfeição. A figura encapuzada era um Bodol. Monstros sanguinários que surgiram aquando da formação do mundo pela Energia. Eram parte mago, parte humano e maioritariamente animal.
Olhou para o céu. Mais três ténues sinais se viam para além do seu. Estava na hora. Subiu para o cavalo e partiu.
…
O silêncio abateu-se sobre a casa de campo. Jhoan estava em estado de choque agarrado à sua mulher.
“Não pode. Não, isto não”- pensou.
Quando saltara do cavalo minutos atrás sentiu que algo estava mal. Pela cara da rapariga apercebeu-se que algo estava mal. Tinha corrido para dentro da casa e assim que vira a mulher morta caiu num estado de letargia na qual se encontrava agora.
Olhou para o seu filho pela primeira vez. Viu aquele pequeno ser feio, careca e ensanguentado e sorriu. Era o seu filho.
“Ivrel”-disse- “ Chamarte-ás Ivrel”
A parteira proferiu então as suas primeiras palavras:
“Senhor, nada pudemos fazer. Perdoe-nos”
“Não há nada a perdoar. Aconteceu porque assim foi destinado. Amaldiçoo o destino infortúnio e não a ti”- respondeu
A parteira dirigiu-se então a Jhoan com Ivrel nos braços e entregou-lho. Não era pesado mas nascera com uma constituição forte que agradou a Jhoan
“Serás forte meu pequeno”-disse.
Virou-se depois para a parteira e disse-lhe:
“Preciso de mais um favor seu. Guarde Ivrel por uns dias. Virei buscá-lo depois mas por agora o trabalho é muito. Demais para poder cuidar dele e não tenho mais ninguém a quem recorrer”
A parteira preparava-se para responder quando pancadas soaram na porta.
A rapariga filha da parteira levantou-se e correu para a porta. Lá fora estavam cerca de quinze Assassinos trajados de negro e com os capuzes nas cabeças. O líder baixou o seu. Era Amzi, um dos Superiores seu amigo de infância. Entrou na divisão apressado e disse:
“Jhoan temos sérios problemas”
“Que aconteceu?”
“Fomos descobertos.”
“Descobertos?! Mas como?! Conta-me Amzi!”
“Não sei. Apareceram do nada. Magos, soldados e… um Bodol”-Amzi apontou para os assassinos que se encontravam à porta e continuou: “ Juntei os que encontrei pelo caminho para o portão. Conseguimos sair.”
“Vive hoje, mata amanhã”-murmurou Jhoan.
O seu coração batia descompassadamente. O choque, medo e tristeza pela morte de sua mulher eram substituídos por uma raiva cega que pedia que fosse saciada com sangue.
Olhou para o pequeno Ivrel e disse para Amzi:
“Cuida dele. Treina-o e ensina-lhe tudo o que puderes. Junta o máximos dos nossos que conseguires.”
Tocou na cara de Ivrel, olhou para Amzi que estava sem nada conseguir dizer, pegou no seu cavalo e cavalgou em direcção ao forte.
Critiquem
Aqui está:
III
A figura encapuzada limpava o sangue da sua espada negra e retorcida na capa do mensageiro de Jhoan.
Era apenas mais um assassino morto. Muitos mais morreriam dentro de pouco tempo.
Duma coisa a figura encapuzada estava certa. A mensagem nunca seria entregue.
Levantou-se e olhou em volta. As montanhas de Thandor rodeavam-no. Aquela floresta cheia de vida enojava-o.
Levantou uma das mãos e fumo negro soltou-se elevando-se aos céus. Era o sinal.
O seu senhor entregou-lhe uma missão e essa seria concluída com o máximo de perfeição. A figura encapuzada era um Bodol. Monstros sanguinários que surgiram aquando da formação do mundo pela Energia. Eram parte mago, parte humano e maioritariamente animal.
Olhou para o céu. Mais três ténues sinais se viam para além do seu. Estava na hora. Subiu para o cavalo e partiu.
…
O silêncio abateu-se sobre a casa de campo. Jhoan estava em estado de choque agarrado à sua mulher.
“Não pode. Não, isto não”- pensou.
Quando saltara do cavalo minutos atrás sentiu que algo estava mal. Pela cara da rapariga apercebeu-se que algo estava mal. Tinha corrido para dentro da casa e assim que vira a mulher morta caiu num estado de letargia na qual se encontrava agora.
Olhou para o seu filho pela primeira vez. Viu aquele pequeno ser feio, careca e ensanguentado e sorriu. Era o seu filho.
“Ivrel”-disse- “ Chamarte-ás Ivrel”
A parteira proferiu então as suas primeiras palavras:
“Senhor, nada pudemos fazer. Perdoe-nos”
“Não há nada a perdoar. Aconteceu porque assim foi destinado. Amaldiçoo o destino infortúnio e não a ti”- respondeu
A parteira dirigiu-se então a Jhoan com Ivrel nos braços e entregou-lho. Não era pesado mas nascera com uma constituição forte que agradou a Jhoan
“Serás forte meu pequeno”-disse.
Virou-se depois para a parteira e disse-lhe:
“Preciso de mais um favor seu. Guarde Ivrel por uns dias. Virei buscá-lo depois mas por agora o trabalho é muito. Demais para poder cuidar dele e não tenho mais ninguém a quem recorrer”
A parteira preparava-se para responder quando pancadas soaram na porta.
A rapariga filha da parteira levantou-se e correu para a porta. Lá fora estavam cerca de quinze Assassinos trajados de negro e com os capuzes nas cabeças. O líder baixou o seu. Era Amzi, um dos Superiores seu amigo de infância. Entrou na divisão apressado e disse:
“Jhoan temos sérios problemas”
“Que aconteceu?”
“Fomos descobertos.”
“Descobertos?! Mas como?! Conta-me Amzi!”
“Não sei. Apareceram do nada. Magos, soldados e… um Bodol”-Amzi apontou para os assassinos que se encontravam à porta e continuou: “ Juntei os que encontrei pelo caminho para o portão. Conseguimos sair.”
“Vive hoje, mata amanhã”-murmurou Jhoan.
O seu coração batia descompassadamente. O choque, medo e tristeza pela morte de sua mulher eram substituídos por uma raiva cega que pedia que fosse saciada com sangue.
Olhou para o pequeno Ivrel e disse para Amzi:
“Cuida dele. Treina-o e ensina-lhe tudo o que puderes. Junta o máximos dos nossos que conseguires.”
Tocou na cara de Ivrel, olhou para Amzi que estava sem nada conseguir dizer, pegou no seu cavalo e cavalgou em direcção ao forte.
Critiquem
Última edição por Pereira em Seg Jul 06, 2009 12:39 pm, editado 1 vez(es)
Re: Cronicas de Antherion
Bem imaginado. E a história tem ritmo.
Gostei muito da frase "Vive hoje. Mata amanhã!"
É marcante.
Gostei muito da frase "Vive hoje. Mata amanhã!"
É marcante.
Re: Cronicas de Antherion
Novo capitulo:
O Bodol tremia de excitação. Corpos mutilados encontravam-se a seus pés. O sangue embebia a ponta do seu manto que roçava o chão. A sua espada pingava.
Cheirava a morte.
O silêncio abatera-se sobre o forte, com um ocasional grito de Terror de alguma mulher ou servente que se tinha escondido e tinha sido encontrado.
Os seus homens estavam a vasculhar o forte exceptuando alguns que examinavam os corpos no chão e matavam aqueles que se mexiam.
As ordens tinham sido claras. Matar tudo o que fosse vivo. Cortando a raiz, o resto da planta morreria. Assim o era com a Ordem dos Assassinos.
Ouviu um pequeno gemido. A seus pés um homem tentava arrastar-se pelo chão.
O Bodol sentiu um especial prazer em ver aquele reles e patético humano. Deixou-o arrastar-se por mais alguns segundos até que, com um corte limpo, o decapitou.
Preparava-se para entrar no castelo quando o berro o fez voltar-se. Um homem com a sua curta espada desembainhada corria para ele com um olhar que prometia morte.
O Bodol recebeu o primeiro golpe com alguma dificuldade mas acabada a surpresa entregou-se à batalha.
Jhoan não ouvia mais nada, não via mais nada. Concentrou-se apenas no adversário que tinha pela frente. Não havia muitos guerreiros vivos que tivessem enfrentado um Bodol e sobrevivido. Os seus poderes não residiam apenas no combate com armas mas também na magia.
O combate desenvolvia-se com ferocidade. O Bodol avançava rapidamente obrigando Jhoan a recuar.
O ar começou a rodopiar em volta deles. O Bodol tecia a Energia.
O sangue no chão começou também a ser elevado pelo ar criando um hediondo circulo que separava os dois combatentes do resto do mundo.
Jhoan sabia que o fim estava próximo. Rodopiou sobre si mesmo para desviar um ataque e estacou. Sentiu frio.
Algo se esvaía nele. A espada negra do Bodol estava enterrada no seu peito.
Pensou na mulher e no filho nos escassos segundos de vida que lhe restavam. Uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto…
…
No sopé das montanhas de Thandor, seguia um grupo de cavaleiros de cabeça baixa. Nos braços de uma parteira, dormia descansado um bebé.
Vamos lá minha gente critiquem a vosso bel-prazer e sejam sinceros acima de tudo
IV
O Bodol tremia de excitação. Corpos mutilados encontravam-se a seus pés. O sangue embebia a ponta do seu manto que roçava o chão. A sua espada pingava.
Cheirava a morte.
O silêncio abatera-se sobre o forte, com um ocasional grito de Terror de alguma mulher ou servente que se tinha escondido e tinha sido encontrado.
Os seus homens estavam a vasculhar o forte exceptuando alguns que examinavam os corpos no chão e matavam aqueles que se mexiam.
As ordens tinham sido claras. Matar tudo o que fosse vivo. Cortando a raiz, o resto da planta morreria. Assim o era com a Ordem dos Assassinos.
Ouviu um pequeno gemido. A seus pés um homem tentava arrastar-se pelo chão.
O Bodol sentiu um especial prazer em ver aquele reles e patético humano. Deixou-o arrastar-se por mais alguns segundos até que, com um corte limpo, o decapitou.
Preparava-se para entrar no castelo quando o berro o fez voltar-se. Um homem com a sua curta espada desembainhada corria para ele com um olhar que prometia morte.
O Bodol recebeu o primeiro golpe com alguma dificuldade mas acabada a surpresa entregou-se à batalha.
Jhoan não ouvia mais nada, não via mais nada. Concentrou-se apenas no adversário que tinha pela frente. Não havia muitos guerreiros vivos que tivessem enfrentado um Bodol e sobrevivido. Os seus poderes não residiam apenas no combate com armas mas também na magia.
O combate desenvolvia-se com ferocidade. O Bodol avançava rapidamente obrigando Jhoan a recuar.
O ar começou a rodopiar em volta deles. O Bodol tecia a Energia.
O sangue no chão começou também a ser elevado pelo ar criando um hediondo circulo que separava os dois combatentes do resto do mundo.
Jhoan sabia que o fim estava próximo. Rodopiou sobre si mesmo para desviar um ataque e estacou. Sentiu frio.
Algo se esvaía nele. A espada negra do Bodol estava enterrada no seu peito.
Pensou na mulher e no filho nos escassos segundos de vida que lhe restavam. Uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto…
…
No sopé das montanhas de Thandor, seguia um grupo de cavaleiros de cabeça baixa. Nos braços de uma parteira, dormia descansado um bebé.
Final da Primeira Parte
Vamos lá minha gente critiquem a vosso bel-prazer e sejam sinceros acima de tudo
Última edição por Pereira em Ter Jul 07, 2009 9:28 pm, editado 1 vez(es)
Re: Cronicas de Antherion
Está lindo, lindo! Jhoan, não morras.....*cry*
Não sei que críticas hei-de fazer porque desde o começo até agora não parei de ler e gostei bastante. Até agora, muito envolvente... Seria um dos tipos de livros que eu adoraria ler x3
Mas como ainda está no início e não se viu grandes mudanças - deve mudar de agora para a frente, acho eu.. da forma que eu o interpreto, acho que sim mas nao sei. - eu vou esperar para ver ^^
Força!
Não sei que críticas hei-de fazer porque desde o começo até agora não parei de ler e gostei bastante. Até agora, muito envolvente... Seria um dos tipos de livros que eu adoraria ler x3
Mas como ainda está no início e não se viu grandes mudanças - deve mudar de agora para a frente, acho eu.. da forma que eu o interpreto, acho que sim mas nao sei. - eu vou esperar para ver ^^
Força!
Re: Cronicas de Antherion
Muito bom , tou a gostar de ler
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Re: Cronicas de Antherion
Estou à espera da continuação pois é uma boa história.
Tenho uma sugestão: colocares a história num blog. Assim, dava para ler e reler mais facilmente (embora os blogues tenham o seu quê de "demasiada exposição", pois qualquer um chega ali e copia a história, aproveitando o mérito do seu autor).
Talvez uma hipótese fosse a de criar uma área no Portal para colocar contos dos utilizadores.
Tenho uma sugestão: colocares a história num blog. Assim, dava para ler e reler mais facilmente (embora os blogues tenham o seu quê de "demasiada exposição", pois qualquer um chega ali e copia a história, aproveitando o mérito do seu autor).
Talvez uma hipótese fosse a de criar uma área no Portal para colocar contos dos utilizadores.
Re: Cronicas de Antherion
Está muito bom, muito visual. Está a desenrolar bem, só que eu não concordo com a divisão dos capítulos. Isso tudo que está aí era óptimo para um Prologo. Agora é que devia começar a história propriamente dita
Re: Cronicas de Antherion
antes de mais obrigado a todos
Acho a ideia de um blog bastante boa mas a exposição exagerada é um risco como muito bem disse o RodrigoMcSilva
Quanto à ideia do Prologo do Renato Lopes..epá concordo mas decidi fazer diferente, deixei os capitulos mas estes são separados por partes. Começa agora a parte dois. o primeiro capitulo está para breve (amanha ou hoje à noite ainda)
mais uma vez obrigado a todos pelos comentários e continuem a ler
Acho a ideia de um blog bastante boa mas a exposição exagerada é um risco como muito bem disse o RodrigoMcSilva
Quanto à ideia do Prologo do Renato Lopes..epá concordo mas decidi fazer diferente, deixei os capitulos mas estes são separados por partes. Começa agora a parte dois. o primeiro capitulo está para breve (amanha ou hoje à noite ainda)
mais uma vez obrigado a todos pelos comentários e continuem a ler
Re: Cronicas de Antherion
Novo capitulo:
Inicio Da Segunda Parte
I
O sol elevava-se ainda no horizonte. A cidade ainda dormia.
As ruas estavam desertas exceptuando alguns mendigos sem-abrigo que se espalhavam ao longo das ruas.
No telhado de uma casa um homem esperava.
Ivrel atingira os seus dezanove anos fazia apenas algumas semanas. Era alto e anos de treino deram-lhe um corpo musculado mas ágil.
Trajava de negro e tinha a cabeça coberta pelo capuz da capa.
Olhou a cidade em volta.
Sahaveil mostrava diante de seus olhos as sua antiga beleza e recente podridão.
A guerra que começara vinte anos antes entre dois dos principais reinos alastrara-se por todos os reinos de Antherion.
Com a guerra vieram as mortes. Famílias destruídas. Fome por toda a parte.
Os mendigos amontoavam-se pelas ruas. De um momento para o outro todos eram ladrões. Uma barriga vazia levava a isso.
Ivrel interrompeu-se nos seus pensamentos para olhar para a rua em baixo. Um homem caminhava nervosamente ao longo da rua.
Furtivamente, o jovem assassino desceu do telhado da casa de dois andares e falou para o homenzinho:
“Pareces nervoso meu caro”
“E não tenho motivos? Se sou visto com um estranho de capuz os boatos vão circular e acabo degolado”- sussurrou o homenzinho
“Não te preocupes que ninguém te vai ver se te apressares. Que novidades me trazes?”
“Soube que há uns dias um batalhão de soldados do rei foi praticamente dizimado a Este da cidade na planície de Lihl... Os sobreviventes que conseguiram regressar disseram que foram atacados por homens das montanhas de Trakald”
Ivrel ficou admirado e curioso. Os povos das montanhas raramente desciam das suas aldeias isoladas do resto do mundo. Eram dos poucos povos que não estavam em guerra com ninguém. Eram homens com gelo no lugar do coração e pedras no lugar do cérebro mas excelentes lutadores, fortes como touros. Que estariam eles a fazer nas planícies de Lihl?
O homenzinho olhava para o jovem assassino à espera da reacção deste.
“Obrigado pelas noticias. Agora vai-te”- Disse Ivrel atirando uma moeda como pagamento pelas informações.
Tirou o capuz da cabeça. O seu cabelo negro adejava ao sabor do vento. Fechou os olhos. Estava cansado mas aquelas noticias eram importantes. Teria de ser rápido.
Entrou num beco que se encontrava atrás dele e concentrou-se.
A aragem intensificou-se e Ivrel desaparecia levado pelo vento como areia. Segundos depois, tinha desaparecido.
…
O salão era enorme e vazia o tecto estava a 25 metros do chão e as paredes nuas e húmidas eram parcamente iluminadas pelos feixes de luz que entravam pelas aberturas a 15 metros de altura.
No centro da sala encontrava-se um homem. O poder que emanava era imenso. Olhava em frente para uma porta. A maior porta que já tinha visto. Com vinte metros de altura era magnífica. Estava selada com uma grande rocha lisa cheia de runas antigas que poucos em toda Antherion deviam conhecer.
O homem olhava para essas runas. O seu nome era Thair’vohl.
ja sabem: Critiquem
Inicio Da Segunda Parte
I
O sol elevava-se ainda no horizonte. A cidade ainda dormia.
As ruas estavam desertas exceptuando alguns mendigos sem-abrigo que se espalhavam ao longo das ruas.
No telhado de uma casa um homem esperava.
Ivrel atingira os seus dezanove anos fazia apenas algumas semanas. Era alto e anos de treino deram-lhe um corpo musculado mas ágil.
Trajava de negro e tinha a cabeça coberta pelo capuz da capa.
Olhou a cidade em volta.
Sahaveil mostrava diante de seus olhos as sua antiga beleza e recente podridão.
A guerra que começara vinte anos antes entre dois dos principais reinos alastrara-se por todos os reinos de Antherion.
Com a guerra vieram as mortes. Famílias destruídas. Fome por toda a parte.
Os mendigos amontoavam-se pelas ruas. De um momento para o outro todos eram ladrões. Uma barriga vazia levava a isso.
Ivrel interrompeu-se nos seus pensamentos para olhar para a rua em baixo. Um homem caminhava nervosamente ao longo da rua.
Furtivamente, o jovem assassino desceu do telhado da casa de dois andares e falou para o homenzinho:
“Pareces nervoso meu caro”
“E não tenho motivos? Se sou visto com um estranho de capuz os boatos vão circular e acabo degolado”- sussurrou o homenzinho
“Não te preocupes que ninguém te vai ver se te apressares. Que novidades me trazes?”
“Soube que há uns dias um batalhão de soldados do rei foi praticamente dizimado a Este da cidade na planície de Lihl... Os sobreviventes que conseguiram regressar disseram que foram atacados por homens das montanhas de Trakald”
Ivrel ficou admirado e curioso. Os povos das montanhas raramente desciam das suas aldeias isoladas do resto do mundo. Eram dos poucos povos que não estavam em guerra com ninguém. Eram homens com gelo no lugar do coração e pedras no lugar do cérebro mas excelentes lutadores, fortes como touros. Que estariam eles a fazer nas planícies de Lihl?
O homenzinho olhava para o jovem assassino à espera da reacção deste.
“Obrigado pelas noticias. Agora vai-te”- Disse Ivrel atirando uma moeda como pagamento pelas informações.
Tirou o capuz da cabeça. O seu cabelo negro adejava ao sabor do vento. Fechou os olhos. Estava cansado mas aquelas noticias eram importantes. Teria de ser rápido.
Entrou num beco que se encontrava atrás dele e concentrou-se.
A aragem intensificou-se e Ivrel desaparecia levado pelo vento como areia. Segundos depois, tinha desaparecido.
…
O salão era enorme e vazia o tecto estava a 25 metros do chão e as paredes nuas e húmidas eram parcamente iluminadas pelos feixes de luz que entravam pelas aberturas a 15 metros de altura.
No centro da sala encontrava-se um homem. O poder que emanava era imenso. Olhava em frente para uma porta. A maior porta que já tinha visto. Com vinte metros de altura era magnífica. Estava selada com uma grande rocha lisa cheia de runas antigas que poucos em toda Antherion deviam conhecer.
O homem olhava para essas runas. O seu nome era Thair’vohl.
ja sabem: Critiquem
Re: Cronicas de Antherion
Novo Capitulo
II
Ivrel apareceu nas traseiras de uma antiga mansão, na parte rica da cidade. Estava cansado e fraco mas a pressa ditou que tivesse de fazer aquilo. Desde pequeno que sabia que tinha potencial mágico.
Ainda era um simples aprendiz portanto o facto de ter-se transportado deixou-o fraco. Havia historias de magos que se transportavam de um canto ao outro de Antherion. Mas os magos eram mal vistos e não se costumavam mostrar.
Olhou para a casa que tinha sido o seu lar desde criança. Era antiga mas bela. Feita de pedra forte, com grandes janelas que permitiam uma grande iluminação no interior.
Entrou por uma pequena porta.
O interior da mansão era luxuoso e antigo. Séculos de heranças de antigos membros da Ordem acumuladas permitiam conforto económico aos sobreviventes.
Desceu à cave onde se encontrava um homem sentado. O interior estava parcamente iluminado por velas e o ambiente era húmido. Uma longa mesa cheia de pergaminhos e com cadeiras em volta ocupava parte da cave.
O homem sentado na cadeira era Amzi. Estava velho e isso notava-se pela cara enrugada e cansada, cabelo escasso e branco. Envergava o habitual traje negro da ordem e com os efeitos que a luz fazia sobre ele, parecia um cadáver.
Ivrel inclinou-se perante Amzi.
“Trago noticias.”-disse simplesmente
“Presumo que não sejam boas como tem sido costume?”
“Infelizmente. Ouve mais um ataque às tropas do rei.”
“Isso não é novidade. Acontece constantemente…. Os tempos são negros meu filho.”- respondeu calmamente Amzi.
“Não seria novidade se o ataque não tivesse sido efectuado por homens das montanhas de Trakald.”
O velho levantou os olhos e fitou Ivrel
“De Trakald dizes tu?... Como eu disse, tempos negros estes em que vivemos. O que me dizes é deveras preocupante”
“Bem sei que o é e pergunto-me que reino seria capaz de se aliar a eles. Nunca ofereceram ajuda a ninguém. Não fazem nada que não os favoreça e duvido que reino algum conseguisse uma proposta que lhes agradasse”
Amzi não respondeu e ao fim de alguns segundos Ivrel continuou com alguma insegurança na voz:
“Imagino que pretende enviar alguém para a fonte do problema. Desejo ser eu”
Esperou mais alguns segundos e visto Amzi não responder decidiu que a altura não era oportuna. Preparava-se para sair quando o velho se fez ouvir:
“ Volta e senta-te. Temos muito que falar”
Ivrel ficou intrigado. Sentou-se numa cadeira próxima de Amzi e esperou.
“Vou-te contar a verdadeira história de Antherion. A historia esquecida de Antherion. Se quando acabar ainda quiseres partir, aprovarei.” - Aclarou a voz e começou – “Há muito tempo atrás ainda o mundo era jovem, criaturas incríveis povoavam a terra de Antherion.
O homem estava longe de ser a raça dominante e era subjugada pelas outras, sendo obrigada a esconder-se. E assim foi durante muitos séculos até que um dia surgiram os primeiros magos. Estes adquiriram conhecimento, aprenderam a dominar a Energia e esse conhecimento levou-os a descobrir algo que nunca tinham imaginado ser possível.
Numa ilha, hoje esquecida, havia uma porta. Uma porta maior do que qualquer porta que alguém possa imaginar. Essa porta levava quem a transpusesse para outro mundo. Um mundo inóspito e sem vida aparente. Chamaram-lhe Narvol. Essa descoberta deixou todos de queixo caído. As possibilidades eram imensas. Ouve várias propostas sobre o que fazer com tão perigosa e fantástica descoberta.
Anos de pesquisa e descoberta levaram então os magos a criar um plano. Em conjunto trabalharam e decididos separaram-se por toda a Antherion. O que ia ser feito precisava de mais poder do que aquele que alguma vez tinha sido usado. Na altura combinada, em perfeita sincronia, todos eles conjuraram e libertaram a energia que levou todas as criaturas magicas a entrarem na porta de Narvol.”
Amzi fez uma pausa para respirar e Ivrel, quase mudo com o que lhe era relatado perguntou:
“ Então e os humanos como conseguiram não entrar na porta?”
“Calma, não te impacientes. Entende que na altura as populações humanas eram pequenas e dispersas. Alguns magos foram encarregues de as proteger com a sua magia. A porta de Narvol foi selada e assim a raça humana foi salva foi salva.
Cem magos trabalharam em conjunto e, no fim, todos eles morreram. O poder libertado era muito superior ao que eles conseguiam aguentar e pagaram o feito com as suas vidas, levando para a sepultura grande parte do conhecimento mágico existente.
Durante anos foi cantada essa proeza entre os homens. Cantaram aos seus salvadores. Ao longo das gerações as canções foram lentamente esquecidas, e apagou-se o mais importante capítulo da história de Antherion.
Apenas um punhado de homens continuou com a história na memória. Era transmitida de pai para filho desde a ascensão do homem a raça dominante. Esses homens seriam os primeiros membros da Ordem dos Assassinos.
Descobriram com os anos que o maior perigo do homem era ele mesmo. E deram um objectivo à Ordem: Manter a paz em Antherion e manter a porta de Narvol desconhecida.”
“Parece que fomos bem sucedidos. Nem eu que pertenço à Ordem tinha conhecimento de tal história” - comentou Ivrel com um alguma amargura na voz.
“Sempre nos empenhamos nessa tarefa e apenas é revelada ao número necessário de pessoas. Mas deixa-me acabar, Já não falta muito.
Ora, durante muitos anos a história manteve-se em segredo mas tudo mudou com o nascimento de um homem.
De alguma forma ele sabia da existência da porta de Narvol.
O seu poder mágico era algo que não tinha par em Antherion e a sua sede de descoberta levou-o por caminhos na utilização da magia que não eram percorridos desde o tempo dos primeiros magos.
O seu poder era grande e o coração era negro. Ao longo dos anos foi-se infiltrando nos reinos de Antherion ganhando aliados.
Ninguém o conhece excepto os seus aliados mais íntimos. Durante anos a Ordem lutou para que ele fosse parado sem nunca ter sucesso.
O seu plano era simples: Abrir a porta de Narvol, e, consequentemente, criar o caos e a destruição”
A sua influência nas cortes dos reinos levou à discórdia e essa discórdia levou à guerra.
Há vinte anos ele descobriu por fim a porta de Narvol. Antherion deixou de ser um lugar seguro por causa de Thair’vohl.”
Com estas ultimas palavras, Amzi terminou a sua narrativa e encostou-se à sua cadeira, ofegante.
Ivrel estava sem palavras.
II
Ivrel apareceu nas traseiras de uma antiga mansão, na parte rica da cidade. Estava cansado e fraco mas a pressa ditou que tivesse de fazer aquilo. Desde pequeno que sabia que tinha potencial mágico.
Ainda era um simples aprendiz portanto o facto de ter-se transportado deixou-o fraco. Havia historias de magos que se transportavam de um canto ao outro de Antherion. Mas os magos eram mal vistos e não se costumavam mostrar.
Olhou para a casa que tinha sido o seu lar desde criança. Era antiga mas bela. Feita de pedra forte, com grandes janelas que permitiam uma grande iluminação no interior.
Entrou por uma pequena porta.
O interior da mansão era luxuoso e antigo. Séculos de heranças de antigos membros da Ordem acumuladas permitiam conforto económico aos sobreviventes.
Desceu à cave onde se encontrava um homem sentado. O interior estava parcamente iluminado por velas e o ambiente era húmido. Uma longa mesa cheia de pergaminhos e com cadeiras em volta ocupava parte da cave.
O homem sentado na cadeira era Amzi. Estava velho e isso notava-se pela cara enrugada e cansada, cabelo escasso e branco. Envergava o habitual traje negro da ordem e com os efeitos que a luz fazia sobre ele, parecia um cadáver.
Ivrel inclinou-se perante Amzi.
“Trago noticias.”-disse simplesmente
“Presumo que não sejam boas como tem sido costume?”
“Infelizmente. Ouve mais um ataque às tropas do rei.”
“Isso não é novidade. Acontece constantemente…. Os tempos são negros meu filho.”- respondeu calmamente Amzi.
“Não seria novidade se o ataque não tivesse sido efectuado por homens das montanhas de Trakald.”
O velho levantou os olhos e fitou Ivrel
“De Trakald dizes tu?... Como eu disse, tempos negros estes em que vivemos. O que me dizes é deveras preocupante”
“Bem sei que o é e pergunto-me que reino seria capaz de se aliar a eles. Nunca ofereceram ajuda a ninguém. Não fazem nada que não os favoreça e duvido que reino algum conseguisse uma proposta que lhes agradasse”
Amzi não respondeu e ao fim de alguns segundos Ivrel continuou com alguma insegurança na voz:
“Imagino que pretende enviar alguém para a fonte do problema. Desejo ser eu”
Esperou mais alguns segundos e visto Amzi não responder decidiu que a altura não era oportuna. Preparava-se para sair quando o velho se fez ouvir:
“ Volta e senta-te. Temos muito que falar”
Ivrel ficou intrigado. Sentou-se numa cadeira próxima de Amzi e esperou.
“Vou-te contar a verdadeira história de Antherion. A historia esquecida de Antherion. Se quando acabar ainda quiseres partir, aprovarei.” - Aclarou a voz e começou – “Há muito tempo atrás ainda o mundo era jovem, criaturas incríveis povoavam a terra de Antherion.
O homem estava longe de ser a raça dominante e era subjugada pelas outras, sendo obrigada a esconder-se. E assim foi durante muitos séculos até que um dia surgiram os primeiros magos. Estes adquiriram conhecimento, aprenderam a dominar a Energia e esse conhecimento levou-os a descobrir algo que nunca tinham imaginado ser possível.
Numa ilha, hoje esquecida, havia uma porta. Uma porta maior do que qualquer porta que alguém possa imaginar. Essa porta levava quem a transpusesse para outro mundo. Um mundo inóspito e sem vida aparente. Chamaram-lhe Narvol. Essa descoberta deixou todos de queixo caído. As possibilidades eram imensas. Ouve várias propostas sobre o que fazer com tão perigosa e fantástica descoberta.
Anos de pesquisa e descoberta levaram então os magos a criar um plano. Em conjunto trabalharam e decididos separaram-se por toda a Antherion. O que ia ser feito precisava de mais poder do que aquele que alguma vez tinha sido usado. Na altura combinada, em perfeita sincronia, todos eles conjuraram e libertaram a energia que levou todas as criaturas magicas a entrarem na porta de Narvol.”
Amzi fez uma pausa para respirar e Ivrel, quase mudo com o que lhe era relatado perguntou:
“ Então e os humanos como conseguiram não entrar na porta?”
“Calma, não te impacientes. Entende que na altura as populações humanas eram pequenas e dispersas. Alguns magos foram encarregues de as proteger com a sua magia. A porta de Narvol foi selada e assim a raça humana foi salva foi salva.
Cem magos trabalharam em conjunto e, no fim, todos eles morreram. O poder libertado era muito superior ao que eles conseguiam aguentar e pagaram o feito com as suas vidas, levando para a sepultura grande parte do conhecimento mágico existente.
Durante anos foi cantada essa proeza entre os homens. Cantaram aos seus salvadores. Ao longo das gerações as canções foram lentamente esquecidas, e apagou-se o mais importante capítulo da história de Antherion.
Apenas um punhado de homens continuou com a história na memória. Era transmitida de pai para filho desde a ascensão do homem a raça dominante. Esses homens seriam os primeiros membros da Ordem dos Assassinos.
Descobriram com os anos que o maior perigo do homem era ele mesmo. E deram um objectivo à Ordem: Manter a paz em Antherion e manter a porta de Narvol desconhecida.”
“Parece que fomos bem sucedidos. Nem eu que pertenço à Ordem tinha conhecimento de tal história” - comentou Ivrel com um alguma amargura na voz.
“Sempre nos empenhamos nessa tarefa e apenas é revelada ao número necessário de pessoas. Mas deixa-me acabar, Já não falta muito.
Ora, durante muitos anos a história manteve-se em segredo mas tudo mudou com o nascimento de um homem.
De alguma forma ele sabia da existência da porta de Narvol.
O seu poder mágico era algo que não tinha par em Antherion e a sua sede de descoberta levou-o por caminhos na utilização da magia que não eram percorridos desde o tempo dos primeiros magos.
O seu poder era grande e o coração era negro. Ao longo dos anos foi-se infiltrando nos reinos de Antherion ganhando aliados.
Ninguém o conhece excepto os seus aliados mais íntimos. Durante anos a Ordem lutou para que ele fosse parado sem nunca ter sucesso.
O seu plano era simples: Abrir a porta de Narvol, e, consequentemente, criar o caos e a destruição”
A sua influência nas cortes dos reinos levou à discórdia e essa discórdia levou à guerra.
Há vinte anos ele descobriu por fim a porta de Narvol. Antherion deixou de ser um lugar seguro por causa de Thair’vohl.”
Com estas ultimas palavras, Amzi terminou a sua narrativa e encostou-se à sua cadeira, ofegante.
Ivrel estava sem palavras.
Re: Cronicas de Antherion
minha gente será que estraguei assim tanto a história?
e será que ninguém aqui coloca projecto algum nesta zona do forum?
vamos la mexer este forum!!
e será que ninguém aqui coloca projecto algum nesta zona do forum?
vamos la mexer este forum!!
Re: Cronicas de Antherion
Estou a gostar da história.
Em todo o caso, talvez fosse melhor a porta de Narvol não ter sido encontrada, mas sim Thair'vohl ter pistas do seu paradeiro, e viver ansioso por encontrá-la.
Ao já tê-la encontrado, é como se a história pudesse acabar logo aí.
A concepção da ideia da porta é muito boa. Mas o seu paradeiro, ser desde já conhecido, talvez seja prematuro.
Fico a aguardar pela continuação.
Um abraço
Em todo o caso, talvez fosse melhor a porta de Narvol não ter sido encontrada, mas sim Thair'vohl ter pistas do seu paradeiro, e viver ansioso por encontrá-la.
Ao já tê-la encontrado, é como se a história pudesse acabar logo aí.
A concepção da ideia da porta é muito boa. Mas o seu paradeiro, ser desde já conhecido, talvez seja prematuro.
Fico a aguardar pela continuação.
Um abraço
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